sexta-feira, 7 de março de 2014

Mechanical toasts...





    Caminho para a cozinha como um autómato em piloto automático e preparo umas torradas mecânicas com manteiga. Acompanho com café geriátrico por não ter vontade nem ensejo de fazer seja o que for e saio para a rua. O Sol ainda nem cabriolou no horizonte; estou certo de que hoje chego a horas. Calcorreio as ruas sem olhar para o lado, com os olhos postos no vazio; chego a Piccadilly e entro na Estação de Metro. À minha volta, almas sorumbáticas olham-me de alto a baixo; a Estação praticamente vazia denuncia a madrugadora hora a que ali me encontro; olho para o relógio e finalmente apercebo-me que faltam dez minutos para as seis...tão cedo! Mais cedo que chega mesmo a ser cedo para ser cedo. A esta hora, numa Segunda-feira comum, costumo abordar o chão com os pés ainda descalços, em busca dos chinelos; tacteando aqui e ali sem nunca os encontrar à primeira. Só depois de vários suspiros é que me levanto, pronto (mas pouco) para mais um dia de labuta.