terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

London calling...









Quase onze horas. Os letreiros dos bares anunciam o pequeno-almoço inglês. Pessoas passeiam nas ruas. Hoje mais calmas, sem o reboliço quotidiano apesar de movimentadas. Londres é sem dúvida uma cidade moderna, que respira e vibra. Cheia de gente jovem e que transborda história por todos os poros. Os turistas circulam, fotografando aqui e ali. Tudo fervilha vida.
Como com calma na esplanada os meus ovos mexidos, acompanhados por duas salsichas. Um sumo de laranjas acabadas de espremer: todo um perfume concentrado num só copo; o pão quente liberta o aroma da manteiga derretida misturados com o fumegar de uma chávena de café que se espalha pelo ar e nos faz salivar. Abro o jornal; as mesmas notícias de sempre. A crise da Europa; o elogiar do espírito inglês, que não entrou nas aventuras da moeda única. Nem quer (e fez muito bem); o jogo da semana entre o United e o Chelsea; uma visita da Lady Kate a um Hospital - desta feita ao dos veteranos -. Hoje está um dia particularmente bonito. O sol brilha e enche de alegria toda a cidade, habituada ao cinzento das nuvens. Foi difícil ao princípio. Sou português, trago o sol na alma. O mar sempre próximo - é um país pequeno -, recordando-nos o espírito aventureiro das Descobertas; daqueles que partiram sem ter a certeza de um regresso. "Dar novos mundos ao mundo", aprendemos na Escola. A nossa História é feita de heróis: Afonsos, Joões, Vascos, Pedros. Mas no fundo, país que começa com um gajo a bater na mãe, nunca podia chegar a bom porto!.