terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Perfídia Temporal


   Um olhar, um sorriso, uma expressão, foi o que bastou. Mais não se esperava, mais não se pedia. Foi o que bastou para reacender o lume do que nunca na verdade se diluíu...permanecendo ali, morno, aceso, latejante. A espera do tempo foi sumindo com a chama quente, sem nunca se apagar na totalidade. Arrefecido e quase inerte, mais não foi necessário do que uma pequena chispa para o reavivar, agora mais intenso, agora mais cheio e preenchido porque como se sabe, chama reanimada aquece muito mais. Ao ponto de queimar quando nada se faz para o evitar. Para mais quando não se quer evitar, nem isso é importante. Importante é precisamente o contrário. Deixar arder...
Os anos volvidos podiam ter posto um fim, até porque a brasa não dura sempre. Não pode durar. Não deve. 
Mas o fogo tem as suas vontades, tem as suas manias. E ai de quem diga que não. Só diz que não quem nunca viu chama, nem a procurou para seu conforto. O fogo arde quando tem de ser e assim lhe apetecer, mesmo que o combustível ou o comburente não o queiram. Basta a sua junção para que a chama nunca se cale...

Sem comentários: